quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Career Change: Big Challenge

Como sobreviver às suas escolhas...

Bom dia aos que cedo madrugam, cá estamos no Red Planet Ex PEA!
Diário de Bordo Estelar #506 chegando com boa visibilidade na janela, sem Sol...
Suportando o maldito horário irritante de verão, nosso dia começa cedo mesmo!
Bem como as inquietações mentais já tradicionais.

Hoje não irei rogar pragas aos Coxinhas de plantão. Tem horas que enche o saco!
O tema eleito para esta manhã foi o de Carreiras e suas conseqüências devastadoras.
Todos conhecemos bem a frase: você é o resultado de suas escolhas.
Pense bem na hora de culpar alguém, quando tudo deu merda em seu caminho.

Faz parte do cotidiano de todo raladão, ficar pensando na morte da bezerra.
Fazemos aquele maldito exercício sadomasoquista de ficar se culpando pelos erros.
Muitas vezes, colocamos as culpas no governo, empresa, chefes, colegas, clima, etc.
No fundo, mas bem ali nas profundezas, a culpa foi nossa em algum momento.

Por vezes, podemos sim, ser vítimas de uma soma infeliz de fatores.
Mas acredito que em certas vezes, pecamos por não saber antecipar movimentos.
Uma das melhores coisas que um indivíduo pode e deve fazer é aprender a jogar xadrez.
A primeira lição do bom enxadrista, é aprender a prever e antecipar jogadas.

Obviamente isso vale para a vida de qualquer um.
Especialmente os Economistas são cobrados, e culpados por fazer/não fazer previsões corretas.
Sabemos bem como são tais cobranças, pois a população em geral, desconhece nossa área.
Admito que também não sabia, até meu primeiro dia de aula no campus!

Outra frase bem antiga, e pertinente é: melhor prevenir do que remediar!
O mercado de trabalho para o Economista é ingrato.
A maioria das empresas, só lembra de nosso seleto time, quando está na merda!
Raras são aquelas que optam por nos consultar antes mesmo de entrar em operação...

Poderia ficar derivando aqui sobre inúmeras razões para tal quadro.
O conteúdo extenso e abrangente de nossa ciência pode nos tornar caros demais...
Ou mesmo se formos nos especializar, podemos ser mau alocados no mercado.
Não entrarei em números ou dados agora, mas uma boa parcela permanece dando aulas.

Entrar para o governo, é uma desgraça.
Nosso gênio Celso Furtado que o diga.
Misturar Economia e Política em um país de governos eternamente podres, não dá certo!
E ainda tem gente por aí dizendo que nosso problema é econômico... ingênuos!

Antes que a mania derivatória me ataque, não pretendo falar de conjuntura neste post.
O ponto é a escolha de uma carreira, como forma de prevenir/reparar problemas profissionais.
Claro que o melhor é poder fazer uma opção acertada, lá nos seus 20 aninhos!
Mas a realidade dos nossos raladões, é se deparar com um quadro de "deu ruim" geral.

E muitas vezes, percebemos que algo deu muito errado, depois dos 30 ou 40.
Antes da famosa crise de meia idade dos 50, poderemos pensar em mudar de carreira.
Eu já estava pensando nisso desde os 30, mas infelizmente de forma superficial.
O resultado foi que hoje, aos 42, sou Analista de Sistemas e Economista sem diplomas...

O primeiro por tempo de serviço, e o segundo por adoração.
Na verdade, queria ser Economista desde os 12 anos.
Informática caiu no meu colo por acaso aos 14, e foi um belo desvio de percurso.
Não posso reclamar, pois gostei das minhas experiências e conquistas.

Mas a falta de um pedaço de papel, ainda é uma barreira em nossa cultura.
Muita gente ainda acredita que você só pode ser alguma coisa, se pegar um diploma.
E o mercado de trabalho vive na onda dos papéis bobos chamados certificados.
De fato, vivemos em uma crise de confiança, credibilidade.

Antigamente, existiam empresas que deixavam o profissional mostrar o que sabia.
Hoje, vemos um verdadeiro show de performances Shakespereanas nas entrevistas.
Todos sabem mentir descaradamente sobre suas experiências falsas nos currículos.
A competição e concorrência anda cada dia mais desleal.

Eis que temos o grande desafio: trocar de carreira depois de velho...
Poderíamos trocar a palavra "velho" por profissional experiente.
A decisão de mudar de ramo, vem por motivos de crise.
Seja ela existencial ou financeira mesmo!

Podemos estar de saco cheio com o que fazemos, mesmo que bem sucedidos.
Ou estarmos em um quadro onde tudo deu errado, e precisamos de uma saída urgente.
Infelizmente temos uma melhor curva de aprendizado, quando as coisas dão errado!
Precisamos dar algumas cabeçadas para realmente enxergar o que não devemos fazer.

Vamos observar a ótica do quadro em que sua carreira não decolou ou não trouxe estabilidade.
Veio o desemprego e sua exclusão na PEA permanece por anos.
No meu caso, esta desgraça acontece desde 2012.
Conheço pessoas que passaram quase uma década procurando trabalho!

Nestas horas, muitos podem pensar que é impossível acontecer.
Custamos a acreditar nas coisas, até que acontece com o vizinho, ou com você mesmo.
Eu, por exemplo, acreditava que ninguém sobreviveria com um salário mínimo.
Mas a vida te ensina que existem níveis de "resistência" que podemos suportar sim.

Todos adoram exemplos, para ajudar na compreensão das coisas.
Vamos ilustrar melhor o caso do cara que ficou dez anos na crise.
É um pai de dois filhos, vive com a esposa em um pequeno apartamento.
Engenheiro Civil formado antes de chegar aos 30 anos.

Ou seja, ele fez tudo certinho.
Estudou o que na época, era considerado um curso garantido, que não faltaria emprego.
Passou alguns anos trabalhando como empreiteiro independente.
Ganhava bem, e consumia sua renda, sem preocupações previdenciárias.

Aos 40, os trabalhos para prefeituras cessaram.
O desemprego veio.
Os anos se passaram.
Ele pode contar com a família, os irmãos e graças a tudo isso, não perdeu sua casa.

Seus filhos puderam continuar a estudar, trabalhavam e ajudavam um pouco.
Depois dos 50 anos, ele conseguiu um novo trabalho, ainda na sua área.
Detalhe curioso é que este cara também trabalhou com T.I.
Foram dez anos sem trabalho, o que nos mostra que pode acontecer com qualquer pessoa.

Mesmo para aqueles que se formaram na época considerada "natural".
Já conheci várias histórias de engenheiros que acabaram trabalhando como "garis".
Para quem não estiver familiarizado com a palavra, é catador de lixo nas ruas, mesmo.
Basta pensarmos um pouco...

Se uma empresa, pode ir à falência em poucos anos, um profissional também pode.
Muitos podem querer culpar e acusar de incompetente.
Em nossa realidade, competência não basta.
Em um quadro com muito mais oferta de mão de obra, a demanda não acolherá todos.

Sim, considero que nosso problema é estrutural, populacional.
É um ponto de ordem macroeconômica.
Se faz necessário ter mais postos de trabalho para absorver a força de trabalho.
Não basta falarmos em qualificação profissional, pois temos engenheiros de sobra.

Não temos é empresas sobrando com vagas reluzentes.
Mercados emergentes parecem ser a solução para os inovadores.
Mas até que ponto isso irá realmente resolver o problema do desemprego?
Para aqueles que se sentem em segurança, é mais fácil olhar para o lado...

E dizer outra frase famosa: cada um com seus problemas...
Sim, muitas pessoas que estão bem, querem que as demais se danem mesmo.
A competitividade acirrada fala mais alto nestas horas.
Mas ao pensar em sociedade, acaba sendo ruim para o conjunto, se o desemprego cresce.

Nosso grande desafio ao tentar mudar de carreira, claramente é a falta de experiência.
Se já é difícil você competir com aqueles do seu ramo, imagine em outro campo desconhecido?
Trocar de carreira vai exigir um preparo, talvez maior ainda que a sua primeira escolha.
Adoraria escrever aqui, que a sorte não seria o fator predominante.

Mas analisando o quadro geral, ao trocar de carreira depois dos 40, haja sorte!
Imagine uma sala com aqueles 13 condenados do post de ontem...
Um cara de 40, sem experiência em vendas, contra uns 10 na casa dos 25, já no ramo.
Quem você contrataria?

Para os que se encontram no planeta dos raladões, só resta uma coisa a fazer...
Continuar sobrevivendo e buscando todas as oportunidades que aparecerem.
Tentar estudar ao mesmo tempo, por uma questão de sobrevivência realmente.
O conselho fica para aqueles que podem buscar a prevenção.

Se vai pensar em uma carreira, está errado!
Deve pensar em duas logo para o ponto de partida.
Estude algo que você gosta, e já pense em outra que pode ter futuro.
Isso sim, parece exercício de bola de cristal.

A chance de maior sucesso, pode estar naquela profissão que mais lhe agrada.
Sempre dissemos que fazer o que se gosta, é receita de sucesso.
Análise de Sistemas sempre foi uma diversão para mim.
Por isso gostava de trabalhar, era sempre um "hobby" que pagavam salários.

Hoje, já não vejo tanta graça assim, mas ainda gosto.
Por questões óbvias, me preocupa mais o resultado: grana no bolso.
O que puder gerar maior retorno, será mais importante.
Infelizmente, não ensinam estas coisas no ensino médio...

Demorou, mas voltamos ao velho ponto da Educação.
Sabemos que isso neste país, nunca foi prioridade.
Afinal, "gastamos" 6% do PIB com isso, e não "Investimos" porra alguma para melhorar.
Surge então uma questão inquietante...

Como saber qual profissão será mais rentável ou estável?
Em um país sem estruturas sólidas, o desafio é maior ainda.
Sempre dizem que o ramo de alimentação é garantido.
Não quer dizer que ir plantar batatas vai resolver sua vida...

Trabalhar na Indústria? Qual delas? Emergentes, tradicionais?
Área de tecnologia sempre estará nos desejos de consumo de todos.
Sonhar é ótimo, mas é bom ter juízo e pés no chão.
Tenho primos que são doentes por robótica e mecatrônica.

Parece lindo não é?
Mas eles estão perdidos da silva.
Pois na cidade deles, não tem sequer onde estudar isso.
E na faculdade mais próxima, onde existem tais cursos, não existem empresas!

E agora? Fazem o quê?
Estudam o que gostam, sabendo que não terão emprego nas proximidades?
Infelizmente, poderão acabar trabalhando com o pai, no trailer que vende salgados...
Voltamos ao campo da alimentação...

Iria mencionar o campo judiciário, mas lembrei que um dos 13 condenados era advogado...
Hoje em dia, só se você for sujo e bem corrupto, como os Moros da vida, para se dar bem.
Estou quase aconselhando que todos tentem carreira política!
Sejam mais desonestos quanto possível! Assim irão garantir o futuro dos netos e bisnetos!

Demorou para meu lado mais sombrio aparecer...
Vamos tentar voltar para o lado politicamente correto (eca!).
Informação acaba sendo o caminho.
Quanto mais detalhes conhecermos, sobre as variáveis de nossa conjuntura, melhor.

Uma boa dica para começar, é conhecer sua região.
Conhecer o que movimenta a economia local, pode ser muito útil.
Aprender a fazer análise de mercados, é um começo promissor.
Afinal de contas, tudo se resume a produção de bens e serviços.

Se fores capaz de enxergar onde está o melhor fluxo de renda, está no caminho certo.
Não precisa ser como todo bom brasileiro, que literalmente fode com mercados.
Por exemplo, não vá atrás de modinhas.
Em dado momento, todos acharam lindos os tais "Food Trucks".

Porque meia dúzia se deu bem, milhares foram atrás, e acabaram com o mercado.
Este é um conceito importante.
Aprenda a conhecer os futuros concorrentes, antes de entrar na briga com eles!
Dica do Dia: Conheça de perto, os seus concorrentes (inimigos), siga seus exemplos.

Carpe Diem!



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